domingo, 8 de março de 2009

Uma fonte de energia renovável – a energia eólica - permanece praticamente inexplorada.

Conheça o caso do nosso País:

Desde meados do século XII que a energia eólica é aproveitada em Portugal, através da utilização de moinhos de vento. Estes permitiam (e permitem) a moagem de cereais e a bombagem de água para a irrigação dos campos ou para abastecimento das populações, para além de outros usos menos frequentes, como a serração de madeiras ou a extracção de óleos a partir de oleaginosas.Só na última década foram iniciados estudos e projectos piloto para a utilização desta forma de energia como fonte de electricidade, através de medições do potencial eólico e instalação de aerogeradores experimentais em várias serras portuguesas. A implementação com fins comerciais de parques eólicos (locais onde se instalam dois ou mais aerogeradores, com ou sem ligação à rede eléctrica nacional), iniciou-se em meados de 1996. No entanto, é grande a falta de informação disponível, assim como a divulgação, por parte das entidades institucionais, dos projectos já implementados e em curso. Após uma pesquisa demorada, recorrendo principalmente à comunicação social e a entidades privadas, apuraram-se os dados que se apresentam em seguida, relativos aos parques eólicos ligados à rede eléctrica nacional, já implantados em Portugal Continental. Vamos ver agora alguns sítios em portugal onde estão a ser desenvolvida esta energia:

Grupo EDP (ENERNOVA)

- Parque Eólico da Fonte da Mesa – Lamego, instalado em 1996, constituído por 20 torres de 42 m e uma potência de 10 MW:


- Parque Eólico de Pena Suar – Marão, instalado em 1997, com a mesma dimensão e potência que o anterior:


- Parque Eólico do Cabeço da Rainha – Serra de Alvéolos, instalado em 2000, constituído por 17 torres de 60 m e com uma potência estimada de 17 MW:



- Parque Eólico da Serra do Larouco – instalado em 2000, constituído por 9 torres de 60 m e com uma potência estimada de 9 MW:


ENERSIS – ENERFLORA

- Parque Eólico de Vila Lobos – Lamego, instalado em 1997, constituído por 20 torres de 42 m e uma potência de 10 MW:



- Parque Eólico da Igreja Nova – Serra do Funchal (Mafra), instalado em 1999, constituído por 2 torres de 60 m e uma potência de 3 MW:

TOMEN ELÉCTRICA

- Parque Eólico da Fonte dos Monteiros – Vila do Bispo (Algarve), instalado em 1997, constituído por 20 torres de 42 m e uma potência de 11 MW:


PICOS VERDES

- Parque Eólico de Vale de Cavalos – Vila do Bispo (Algarve), instalado em 1997, constituído por 4 torres de 42 m e uma potência de 2 MW:

A energia éolica está na frente ou mais avançada que as outras energias?

Nos últimos anos a energia eólica tem vindo a ser a única energia renovável com um real desenvolvimento em Portugal. Nos últimos 4 anos, passamos de 175 MW de potência instalada (em 2002) para 1.151 MW (em Março de 2006), o que representa actualmente 711 geradores, distribuídos por 112 parques eólicos. Não admira por isso, bem perto de Lisboa, na zona Oeste, as turbinas eólicas saltam logo à vista, até do mais distraído. Esta proliferação, que apesar de tudo já está atrasada, deve-se no essencial às perspectivas económico-financeiras que representam a conjugação de vários factores macroeconómicos: por um lado o preço do petróleo não dá sinais de descida, pelo contrário, assiste-se novamente a uma escalada do preço do ouro negro, e por outro lado, o valor de remuneração do Kilowatt de energia eléctrica produzida nos parque eólicos, estabelecido com a finalidade de atingir os 39% de energia eléctrica com fonte nas renováveis, favorece o retorno do investimento, VAL, TIR's e outros indicadores. Noutra vertente técnica, as turbinas eólicas são cada vez são maiores, mais eficientes e mais baratas. Assim a energia eólica afigura-se como a primeira energia renovável competitiva face a outras fontes convencionais de produção de energia, não obstante com alguns inconvenientes, como a irregularidade na produção, a localização de locais com bons recursos de vento em locais protegidos, etc..

Uma realidade sobre esta energia

De facto a energia eólica não é a solução para todos os problemas da actual necesidade energética nacional. Esta fonte de energia, actualmente apenas representa cerca de 20% da energia eléctrica produzida, e relembrando que o consumo eléctrico nacional (energia final) é cerca de 20%, fazendo contas, na globalidade a energia eólica apenas aporta cerca de 4% para os consumos de energia final. Mesmo no melhor dos cenários em que são instalados cerca de 5.000 MW eólicos até 2010, a energia eólica nunca ultrapassará os 15% da energia final necessária. Isto sem ter em conta o crescimento dos consumos.

Na realidade a energia eólica não é a solução única, faz sim parte de uma solução composta que começa por gastar menos (eficiência energética) e produzir 'melhor', com recursos a fontes diversificadas: eólica, biomassa, solar, gás natural, hídrica, etc., assim como investir em novas formas de mobilidade: o automóvel de motor de combustão já tem cerca de 100 anos, já é hora de 'produzir' novas soluções, mais baratas e realmente eficientes energeticamente!

Maquete sobre energia eólica

Energia Eólica a partir de Plataformas de petróleo desativadas